O alerta, publicado recentemente no periódico British
Medical Journal, é apenas o mais recente de uma série de estudos
que vêm movimentando a odontologia e a medicina. Recentemente, o avanço na
tecnologia de detecção de doenças e um movimento realizado pela classe
odontológica "para trazer a boca de volta ao corpo” — ou seja, estudar sua
relação com o resto do organismo — alavancaram o número de estudos que
relacionam as duas áreas. Como resultado, foi desvendada uma série de relações
entre infecções que ocorrem na boca e problemas cardiovasculares, diabetes,
obesidade, câncer, osteoporose, parto prematuro e nascimento de bebês abaixo do
peso.
Prova científica — Foi apenas na década de 1970, quando o dentista americano Steven
Offenbacher realizou pela primeira vez um teste clínico que ligava processos
inflamatórios na boca com a ocorrência de parto prematuro, que a relação boca e
corpo começou a ser levada a sério novamente. Teria início, então, uma caçada
científica por quaisquer relações com as demais inflamações do corpo. Dezenas
de estudos conseguiram confirmar os achados de Offenbacher e encontraram ainda
conexões dos males bucais com diabetes, doenças cardiovasculares, pulmonares,
de próstata, osteoporose e câncer.
Quando começou suas investigações, Offenbacher pôde estabelecer
apenas uma relação epidemiológica entre as inflamações na gengiva causadas por
bactérias e parto prematuro. Hoje, no entanto, uma série de estudos conseguiu
provar com mais precisão a relação entre essas duas condições. Em uma pesquisa
publicada em 2007 no Journal
of Periodontology, o especialista mostrou que quanto mais cedo se
der a exposição às bactérias, maiores serão os riscos do parto prematuro. Nos
dados coletados por Offenbacher, descobriu-se que a exposição com 32 semanas de
gestação aumentava os riscos de parto prematuro 3,7 vezes. Com 35 semanas, o
risco aumentava duas vezes.
FONTE: Revista Veja
FONTE: Revista Veja
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